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Crédito e Inadimplência

Por que a inadimplência acima de 90 dias se tornou o maior risco para bancos em 2025

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Em 2025, a inadimplência acima de 90 dias deixou de ser apenas uma estatística preocupante para se tornar o principal vetor de risco sistêmico para o setor bancário.

Com o aumento acelerado do endividamento das famílias, a deterioração da capacidade de pagamento das empresas e a obsolescência de modelos tradicionais de score, os bancos passaram a enfrentar um triplo impacto: pressão sobre o lucro, elevação das provisões e ameaça à estabilidade de suas carteiras.

Neste conteúdo, vamos explorar como esse fenômeno se formou, seus impactos operacionais e estruturais no sistema bancário e o que as instituições estão fazendo — ou deveriam estar — para se proteger de forma preventiva.


O que é a inadimplência acima de 90 dias e por que ela é crítica

A inadimplência acima de 90 dias representa operações de crédito em que o tomador está há mais de três meses sem realizar qualquer pagamento. Na prática, significa um alto risco de perda permanente para a instituição.

Por que 90 dias é um marco decisivo:

  • Contabilmente, exige provisão integral (normas prudenciais como CMN 2.682 e Resolução 4.803)
  • Afeta diretamente os indicadores de Basileia e capital regulatório
  • Impacta o balanço com reclassificações de risco e aumento de PDD (Provisão para Devedores Duvidosos)

Segundo o Banco Central, o volume de operações com atraso acima de 90 dias no crédito livre pessoa física ultrapassou 7,8% no primeiro trimestre de 2025 – o maior índice desde 2017.


Os 3 principais impactos da inadimplência nos bancos em 2025

1. Erosão direta nos lucros operacionais

A inadimplência avançada consome margens e compromete o resultado líquido do banco. Mesmo com taxas de juros elevadas, o efeito prático é a perda de fluxo de caixa.

  • O lucro líquido do setor bancário caiu 23% no comparativo anual, segundo relatório da Febraban, puxado por aumento nas despesas com PDD.
  • Linhas como cartão de crédito, cheque especial e CDC foram as mais afetadas.

2. Aumento explosivo das provisões de crédito

A regulação brasileira exige que, a partir de 90 dias de atraso, a operação seja provisionada em 100% do saldo devedor. Com a alta disseminação do risco, os bancos estão tendo que:

  • Redirecionar parte significativa do capital para cobrir inadimplência
  • Reduzir linhas de crédito ou elevar taxas, tornando o crédito mais escasso
  • Restringir concessões, impactando diretamente o consumo e o crescimento do PIB

3. Instabilidade no sistema e deterioração de confiança

Quando múltiplas instituições reportam alta inadimplência acima de 90 dias, o sistema como um todo entra em alerta. Agências de rating ajustam perspectivas, investidores se retraem e há um reflexo direto no valuation das ações do setor financeiro.

Além disso:

  • A confiança do investidor internacional é abalada
  • Os custos de captação aumentam
  • A liquidez do mercado interbancário é afetada

As principais causas por trás da alta inadimplência

1. Superendividamento pós-pandemia

A facilidade de acesso ao crédito entre 2020 e 2023 gerou um efeito colateral de sobrecarga financeira. Famílias chegaram a comprometer mais de 30% da renda com dívidas.

2. Modelos ultrapassados de score e análise

Scores tradicionais ignoram passivos judiciais, histórico de reincidência de inadimplência e vínculos suspeitos. O resultado é um risco invisível, que só aparece após o default.

3. Crescimento das fraudes estruturadas e identidades sintéticas

Em setores como cartões, bancos digitais e financeiras de marca, houve avanço de fraudes com documentos manipulados e CPFs com padrão liminar.


Como os bancos estão reagindo (e por que ainda é insuficiente)

A maioria dos grandes bancos iniciou ajustes táticos:

  • Reforço nas políticas de cobrança
  • Revisão das regras de crédito
  • Parcerias com birôs alternativos e ferramentas de análise de comportamento

No entanto, poucos adotaram modelos de análise preditiva com base em conduta e rastreabilidade jurídica — o que realmente antecipa o risco de inadimplência grave.


O que pode ser feito: prevenção, automação e análise de conduta

1. Integrar análise jurídica e reputacional aos motores de decisão

É possível detectar processos cíveis, criminais e reincidência judicial antes da aprovação do crédito.

2. Automatizar filtros com inteligência de conduta e vínculos societários

Perfis com sinais de risco, mesmo com score alto, devem ser bloqueados preventivamente com base em comportamento e padrões ocultos.

3. Padronizar decisões com rastreabilidade técnica

Cada decisão deve ser defensável, com logs auditáveis e pareceres estruturados — requisito crescente em auditorias e compliance bancário.

Conclusão: a inadimplência avançada exige resposta técnica imediata

A inadimplência acima de 90 dias não é apenas um problema contábil — é um sinal de falhas sistêmicas no processo de concessão de crédito. A resposta não pode mais ser apenas reativa. É preciso automatizar a prevenção, incorporar inteligência de conduta e garantir rastreabilidade técnica em todas as decisões.

A Ibratan entrega a infraestrutura técnica para isso.

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Perguntas Frequentes

1. Como os bancos medem a inadimplência acima de 90 dias?

Ela é calculada com base nas operações de crédito em que não houve pagamento de nenhuma parcela nos últimos 90 dias corridos.

2. O score alto ainda é confiável para prever bom pagador?

Não isoladamente. Muitos inadimplentes recentes possuíam score elevado. É preciso complementar com análise de conduta.

3. O que são liminares que afetam o risco de crédito?

São decisões judiciais que impedem protestos ou registros em birôs, mascarando inadimplência e dificultando a análise do risco real.

4. Qual o papel da conduta no crédito bancário?

A conduta — histórico jurídico, reincidência de inadimplência e vínculos — ajuda a prever comportamentos futuros de pagamento, além de evitar fraudes.

5. Como a automação pode ajudar a evitar inadimplência grave?

Automação baseada em regras técnicas e análise de comportamento antecipa riscos invisíveis e elimina o viés humano na concessão de crédito.

Avatar do autor

Gabriel Jacques

CEO/CHRO da Ibratan

Auxilio empresas a tomarem decisões de risco há 14 anos e contribui na construção de relacionamentos e produtos para potencializar os resultados dos seus clientes. 

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9.4 de NPS do Produto

"A integração foi simples, o parecer técnico é defensável e o Sharp55 revelou riscos que o score não enxergava. Ganhamos agilidade, reduzimos inadimplência e hoje temos total controle sobre as decisões"

Diretor Financeiro

Banco RNX

"A equipe é atenta, ágil e sempre disposta a oferecer soluções alinhadas às nossas necessidades. A comunicação é clara, e isso tem feito diferença real no nosso processo de crédito. O suporte técnico que recebemos resultou em melhorias concretas na operação. Estamos satisfeitos com os resultados e com a forma como a Ibratan conduz a parceria."

Gerente de Crédito

Dufrio

"Desde a implementação, conseguimos eliminar o retrabalho manual e aumentar a assertividade das nossas análises. O processo ficou mais ágil, confiável e seguro. Não só ganhamos tempo, como evitamos riscos que antes passavam despercebidos. A integração foi tranquila, e o suporte da Ibratan sempre esteve à disposição para qualquer necessidade."

Supervisora de Crédito

Sinosserra