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Crédito e Inadimplência

70 milhões de nomes negativados: o que isso representa para o mercado de crédito e como adaptar seu modelo

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Imagem destacada: 70 milhões de nomes negativados: o que isso representa para o mercado de crédito e como adaptar seu modelo

O Brasil atingiu em 2025 a marca de 70 milhões de nomes negativados, segundo a Serasa. Isso representa quase 43% da população adulta. O que antes era um alerta isolado se tornou um problema sistêmico que afeta toda a cadeia econômica — do varejo à indústria, passando por bancos, financeiras, securitizadoras e fintechs.

A pergunta é urgente: como conceder crédito em um país onde quase metade da população está inadimplente?
Mais do que revisar regras, é hora de mudar a lógica da análise. Neste conteúdo, vamos destrinchar o impacto macroeconômico desse cenário e mostrar como adaptar os modelos de concessão com base em tecnologia, conduta e risco real.


O cenário dos 70 milhões de negativados e seus impactos ocultos

Por que o número assusta?

  • Porque sinaliza risco sistêmico real no modelo tradicional de concessão.
  • Porque compromete o ciclo do crédito: menos pagamentos = menos consumo = retração econômica.
  • Porque revela a ineficácia dos critérios atuais, centrados exclusivamente em score e inadimplência passada.

Segundo dados do Mapa da Inadimplência e Renegociação de Dívidas de um birô tradicional do mercado:

  • O valor médio das dívidas negativadas é de R$ 4.100 por CPF.
  • 60% dos inadimplentes têm até dois registros negativos.
  • A maior parte da dívida está concentrada no setor bancário (30%) e serviços financeiros (25%).

Efeitos colaterais para o mercado de crédito:

  1. Aumento do conservadorismo na concessão
  2. Enrijecimento do acesso para bons pagadores com histórico limpo
  3. Crescimento da informalidade no crédito (R$) e aumento de risco oculto
  4. Pressão sobre os modelos de avaliação desatualizados

Os principais riscos sistêmicos do mercado de crédito atual

1. Generalização de perfis de risco com base em score

O score tradicional perdeu sua capacidade de segmentar risco com precisão. Dois clientes com o mesmo score podem ter realidades financeiras e comportamentais completamente distintas. A análise baseada exclusivamente em score não diferencia um inadimplente reincidente de um negativado eventual — comprometendo a qualidade da carteira.

2. Falta de leitura preditiva e de conduta

Negativação é o passado. O risco real está no que o cliente está prestes a fazer. Analisar a conduta recente — alterações cadastrais, vínculos com empresas problemáticas, histórico judicial, envolvimento em processos — permite prever inadimplência antes da formalização do crédito.

3. Risco de judicialização massiva

O aumento da inadimplência traz consigo explosões em ações judiciais de cobrança, revisional, recuperação e falência.

Empresas que concedem crédito sem verificar o envolvimento prévio em ações judiciais expõem-se a perdas longas, imprevisíveis e difíceis de reverter.

4. Efeito dominó em cadeias produtivas B2B

Quando uma empresa inadimplente quebra, afeta toda a cadeia de fornecedores, clientes e financiadores. A análise de crédito precisa considerar também os vínculos da empresa com CNPJs em situação de risco jurídico, financeiro ou de reputação.

5. Ampliação da concessão via canais não supervisionados

Com a restrição de crédito formal, cresce o uso de crédito informal, fintechs não reguladas ou antecipações fora de compliance. Isso enfraquece a saúde do sistema financeiro e gera distorções nos indicadores de risco.


Como adaptar o modelo de crédito em tempos de inadimplência recorde

1. Aplicar análise de conduta e risco judicial como camada primária

Não basta saber que um cliente está negativado. É preciso saber por que ele chegou até ali, se o comportamento indica reincidência e se há padrão de risco judicial.

2. Monitorar vínculos de risco em tempo real

A inadimplência é frequentemente contagiosa. Um cliente pode parecer confiável, mas estar conectado a CPFs ou CNPJs envolvidos em fraudes, recuperações ou processos. Detectar essas relações salva a operação antes da perda.

3. Combinar dados financeiros, jurídicos e reputacionais

Isolar variáveis cria cegueira analítica. Empresas precisam cruzar fontes — como protestos, ações judiciais, score, comportamento de compra e conexões indiretas — para entender o risco completo do cliente ou parceiro.

4. Automatizar decisões com base em inteligência proprietária

A automação precisa ser baseada em modelos treinados com dados reais, históricos de conduta e desfecho judicial. Isso garante decisões padronizadas, auditáveis e escaláveis — mesmo em ambientes de alta pressão.

5. Classificar negativados em subgrupos por comportamento

Nem todo negativado é risco.
Separar inadimplentes reincidentes de casos pontuais com histórico positivo permite recuperar parte do mercado e conceder crédito com mais inteligência, sem ampliar perdas.

Conclusão

Ter 70 milhões de nomes negativados não é apenas um dado estatístico. É um sintoma profundo de que o modelo atual de crédito está falido. Empresas que continuarem usando score genérico, concessão sem contexto e análise sem conduta serão penalizadas com inadimplência, fraudes e retração.

A adaptação exige inteligência. E essa inteligência já está disponível.

A Ibratan sustenta decisões com infraestrutura técnica, análise de conduta e rastreabilidade total — exatamente o que o mercado precisa para operar em 2025 com segurança e performance.

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Perguntas Frequentes

1. O que significa ter 70 milhões de pessoas negativadas no Brasil?

Significa que quase metade da população adulta está inadimplente. Isso compromete o ciclo de crédito, aumenta o risco sistêmico e pressiona os modelos atuais de concessão.

2. Todo negativado representa risco alto?

Não. É preciso analisar o contexto: reincidência, histórico judicial, perfil de consumo e vínculo com empresas de risco fazem toda a diferença.

3. O score de crédito ainda é útil?

Sim, mas deve ser complementado com outras camadas de análise — especialmente dados jurídicos e comportamentais.

4. Como a tecnologia pode ajudar a reduzir inadimplência?

Com alertas preditivos, análise de conduta, cruzamento de dados jurídicos e automação inteligente de decisões.

5. Empresas podem conceder crédito mesmo com inadimplência alta no país?

Sim, desde que adaptem seus modelos e filtrem com inteligência os perfis que ainda têm potencial de recuperação.

Avatar do autor

Gabriel Jacques

CEO/CHRO da Ibratan

Auxilio empresas a tomarem decisões de risco há 14 anos e contribui na construção de relacionamentos e produtos para potencializar os resultados dos seus clientes. 

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9.4 de NPS do Produto

"A integração foi simples, o parecer técnico é defensável e o Sharp55 revelou riscos que o score não enxergava. Ganhamos agilidade, reduzimos inadimplência e hoje temos total controle sobre as decisões"

Diretor Financeiro

Banco RNX

"A equipe é atenta, ágil e sempre disposta a oferecer soluções alinhadas às nossas necessidades. A comunicação é clara, e isso tem feito diferença real no nosso processo de crédito. O suporte técnico que recebemos resultou em melhorias concretas na operação. Estamos satisfeitos com os resultados e com a forma como a Ibratan conduz a parceria."

Gerente de Crédito

Dufrio

"Desde a implementação, conseguimos eliminar o retrabalho manual e aumentar a assertividade das nossas análises. O processo ficou mais ágil, confiável e seguro. Não só ganhamos tempo, como evitamos riscos que antes passavam despercebidos. A integração foi tranquila, e o suporte da Ibratan sempre esteve à disposição para qualquer necessidade."

Supervisora de Crédito

Sinosserra